Casamentos com História
Luxo e excentricidades marcam casamentos entre famosos, e se até entre nós, "mortais", extravagâncias são permitidas no dia do casamento, entre os famosos elas são mais do que normais.
Os nomes destes casais tornaram-se lendas. Os seus amores ficaram para a história. Os seus casamentos fazem ainda sonhar.
Rainha Isabel II e Filipe Mountbatten
Foi um casamento de conto de fadas celebrado pelo país inteiro, que teve uma razão para festejar após sair da Segunda Guerra Mundial: a 20 de Novembro de 1947 a princesa Isabel uniu-se ao seu primo em terceiro grau, Filipe Mountbatten, duque de Edimburgo.
Realizado na Abadia de Westminster há 62 anos, Filipe usou o uniforme de almirante da Royal Navy (Marinha) enquanto Isabel II entrou com um sumptuoso vestido em seda cor marfim, bordado com cristais e dez mil pérolas trazidas dos Estados Unidos, desenhado por Norman Hartnell, costureiro oficial da corte inglesa e acompanhado por um colar de pérolas de duas voltas. A cauda do vestido tinha quase quatro metros, com um desenho de estrelas inspirado na figura principal do quadro a <P><I>Primavera<P> de Botticelli, símbolo do renascimento após a guerra.
A cerimónia foi acompanhada por 146 convidados e milhares de espectadores britânicos, que ocupavam as ruas próximas ao percurso que a carruagem faria, enquanto milhões acompanharam por rádio ou mais tarde no cinema.
O bolo do casamento tinha 2,74 metros de altura e foram distribuídos pedaços a hospitais, escolas e organizações que Isabel II patrocinava.
O casal, enquanto saía para a lua-de-mel na Irlanda, recebeu uma chuva de pétalas de rosas que ficaram, imagem que ficou para sempre nas nossas recordações.
Grace & Rainier
Em 1955, Grace Kelly foi convidada pelo governo de França para participar do Festival de Cannes, local onde conheceu o princípe Rainier III, mas foi só um ano mais tarde, a 19 de Abril de 1956, que Grace abandonou a sua promissora e consagrada carreira de actriz de Hollywood, e casou com Rainier Grimaldi, o milionário soberano do principado de Mónaco.
Cerca de 600 convidados assistiram à cerimónia religiosa na Catedral de Saint Nicholas. Aproximadamente 1.600 jornalistas e fotógrafos registaram o evento e mais de 30 milhões de pessoas acompanharam o acontecimento pela TV.
Detalhes da delicada decoração do altar e da igreja, com lilases e lírios brancos, até hoje inspiram decoradores.
A mulher que com a sua beleza inspirava Hitchcock, surgiu num dos mais deslumbrantes vestidos da história. A combinação de um elegante corpete e véu de renda bordada com pérolas, sobreposto com uma deslumbrante saia de tafetá, foi o modelo desenhado pela figurinista de Hollywood, Helen Rose, que já tinha vestido a actriz anteriormente para produções cinematográficas da MGM.
Rainier compareceu com o uniforme de marechal do Império, tal como mandam as regras.
No copo-de-água os noivos cortaram o bolo de seis andares com a espada do príncipe e mais tarde partiram num Rolls-Royce preto e creme, para a lua-de-mel a bordo de um cruzeiro pela costa da Espanha e França.
O casamento dos soberanos do Mónaco foi nomeado pela imprensa como o "casamento do século" e até hoje faz com que noivas de todo o mundo se inspirem no vestido usado pela actriz, e sonhem com esse verdadeiro conto de fadas.
Farah Diba & Xá da Pérsia
Farah Diba, uma jovem de 21 anos, casou com o poderoso Xá da Pérsia dia 21 de Dezembro em 1959.
A jovem moveu todo o protocolo do pais com costumes tão severos ao responder "sim" ao soberano e em 1967 foi a primeira Imperatriz do Irão a ser coroada nos tempos modernos. O fim da monarquia em 1979 fez com que fosse a última Imperatriz.
Com um vestido de corte impressionante, bordado com pérolas e forrada com vison branco, criado por Yves Saint Laurent, da casa do jovem estilista Christian Dior, Farah fez a sua entrada no Palácio Golestan. O véu com um diadema em ouro amarelo e platina e brilhantes coloridos da autoria do joalheiro Harry Winston.
Este foi um casamento que ficou para a história pela sua singularidade e pela força de Farah, que ainda hoje é sempre convidada e tratada pelos seus pares como a <P><I>Rainha da Pérsia<P>.
Jacqueline Lee Bouvier, de descendência francesa, já tinha furtuna, beleza e muita classe, mas foi a 12 de Setembro de 1953 que Jackie, a primeira-dama mais bem-vestida da história da Casa Branca se tornou uma Kennedy.
O seu casamento com o jovem senador de Massachussets e futuro presidente dos Estados Unidos foi celebrado em Newport, retiro da alta-sociedade nova-iorquina com cerca de 2 mil convidados.
Jackie entrou na igreja de braço dado com o seu padrasto, o milionário Hugh Aunchincloss. Crisântemos brancos e gladíolos em tons rosa enfeitavam o percurso para sua entrada pela igreja de Saint Mary.
Com a grande elegância que a caracterizava, a noiva usava cabelos curtos e um fino colar de pérolas. Tudo para combinar com o gracioso vestido com os ombros à mostra, de seda marfim plissada, assinado pela pouco conhecida Anne Lowe.
Uma aliança Van Cleef & Arpels, com um diamante de 2,8 quilates e esmeraldas, selou a união do jovem casal, uma espécie de família real americana, um casal ícone na história da Casa Branca e no mundo.
Carlos & Diana
O casamento da jovem transformada em princesa, que gerou um dos maiores shows dos <P><I>media<P> de todo o planeta entrou para a história: Diana Spencer, ou simplesmente Lady Di, uniu-se ao príncipe herdeiro do trono britânico a 29 de Julho de 1981.
A Catedral de São Paulo foi o local escolhido para a cerimónia para acolher os dois mil e quinhentos convidados, quebrando a tradição da celebração na Abadia de Westminster.
O vestido de noiva, um dos mais emblemáticos do século, foi criado por David e Elizabeth Emanuel e trouxe glamour ao evento. Em tafetá marfim, tule e rendas, bordados, flores e fital, as mangas em balão e o véu com sete metros de comprimento inspiraram as mulheres que desejavam que o seu casamento fosse semelhante a um conto de fadas. Usou um dos vestidos mais emblemáticos do século, tendo-se tornado um ícone na história de moda dos vestidos.
Nas ruas, 500 mil súbditos observavam a passagem da carruagem com os noivos. Além de luxuosa, a boda foi um grande evento televisivo: mais de 750 milhões de espectadores em mais de 58 países acompanharam o momento no qual os noivos disseram o «sim». A aliança era uma safira de 18 quilates rodeada por diamantes.
O casamento marcou a passagem de Lady Di para o posto de uma das personagens mais reverenciadas pela população inglesa e globalmente admirada pelo público. A lua-de-mel do casal foi em Hampshire, no interior da Inglaterra, e no Mediterrâneo, a bordo do iate da família real, o Britannia.
Duques de Bragança
Foi no dia 13 de Maio de 1995 que D. Duarte e Isabel de Herédia casaram, sendo este o facto mediético do ano.
Portugal vestiu-se de gala para o casamento real do século XX, criando um evento de dimensões e características fora do vulgar.
Muito devotos do Culto Mariano, os duques de Bragança fizeram questão de casar no dia 13 de Maio, que celebra a aparição da Virgem aos pastorinhos, no Mosteiro dos Jerónimos, numa cerimónia transmitida em directo pela televisão.
No que foi o primeiro casamento de um membro da família real portuguesa a ter lugar em Portugal desde 1886, assistiram membros de todas as casas reais europeias e membros do governo.
Isabel trazia um vestido, confeccionado pela costureira Laurinda, com mangas balão rendadas, decote em V e um diadema de brilhantes a segurar o véu ostentoso. Foi, sem dúvida, uma festa popular, que ainda hoje, nenhum Português se esquece.
Príncipes das Astúrias
Foi a 22 de Maio de 2004 que Letizia Ortiz e Felipe de Espanha celebraram a sua união. Numa boda abençoada pela chuva, cerca de 1400 convidados assistiram ao evento, em Madrid, na catedral de Nossa Senhora de Almudena, decorada com 20 mil rosas andinas, trazidas directamente do Equador.
O príncipe das Astúrias entrou na catedral acompanhado pela rainha Sofia. Este usava um uniforme azul marinho, traje de gala de major do exército espanhol, com dragonas, faixa azul clara atravessada no peito e medalhas de honra das forças armadas.
Já a antiga jornalista da TVE chegou à cerimónia acompanhada pelo seu pai, com um buquet de lírios-do-vale e rosas, num maravilhoso vestido de seda branco com delicados bordados tunisinos em ouro e prata, cauda de quatro metros, decote em V e mangas longas. Usava também a tiara de platina e diamantes, que a rainha Sofia usou no seu casamento, da qual pendia o véu, com 100 metros, confeccionado em seda valenciana e nos pés um salto tamanho dez. O modelo do vestido foi desenhado pelo estilista Manuel Pertegaz, um dos grandes nomes da alta-costura espanhola.
Depois do casamento, os noivos saíram em grande estilo num Rolls-Royce preto, acenando à multidão, que os saudava calorosamente agitando bandeirolas amarelas e vermelhas.
Nem a chuva forte e a segurança reforçada tiraram o brilho desse que foi o primeiro casamento real assistido em Espanha em 98 anos e um dos maiores casamentos de monarcas. O verdadeiro casamento do século.