Gen. Ramalho Eanes,ex-Presidente considera o papel de um Rei, como vital para a Democracia
11-07-2010 12:52Gen. Ramalho Eanes,ex-Presidente considera o papel de um Rei, como vital para a Democracia
Gen. Ramalho Eanes que se mantém o mais votado até hoje, com mais de 90%, considera o papel do monarca Constitucional como essencial, papel que o próprio já confessou ter tentado copiar quando ocupou Belém, para a sustentabilidade e sucesso da Democracia.
A propósito do 70ª aniversário do Rei de Espanha e no enquadramento dos problemas politicos que Espanha atravessa, e que afectam a Casa Real de Espanha, o Ex- Presidente lembrou numa entrevista o papel relevante que as Monarquias Constitucionais consagram ao Rei:
«Na nova Monarquia espanhola, personificada pelo Rei D.Juan Carlos, três tempos se podem considerar.
Num primeiro tempo (de 1975 ao referendo constitucional de 1978), decisivos foram o papel e a acção do Rei.Foi o tempo da transição democrática, sabiamente liderada por Adolfo Suarez.
Num segundo tempo-que vai da aprovação referendária da Constituição de 1978 até á chegada de Aznar ao governo a consolidação é apenas perturbada pelo golpe militar de 1981 (que aliás serviu para mais prestigiar o Rei) e pelo endémico terrorismo da ETA.
Um terceiro tempo teve inicio com a subida de Aznar ao poder.Ele representa as novas gerações, que não guardam memória presencial do Franquismo, que pouca memória conservam da transição e, portanto, do papel do Rei, da instituição monárquica nesse dificil processo.Mais grave, no entanto, é que parte do povo espanhol, empenhado na virulenta luta PSOE-PP, pareça não compreender bem o papel da monarquia, ao querer arrastar para esse combate o Rei, situação a que este tem, com prudencial inteligência, respondido sublinhando o papel que a Constituição lhe atribui Significa esta posição que nem toda a Espanha politica e civil tenha interiorizado, como se esperaria e desejaria, que ,como disse Herrero de Miñón, "o monarca vitalicio e hereditário está melhor colocado que qualquer magistrado electivo para ser absolutamente neutral e independente", para estar acima de todas as segmentarizações politicas e ser garante da continuidade e unidade nacional, indispensável, esta até para manter os militares democraticamente nos quarteis»
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